I am feeling so violent right now...
Violentíssima porque me sinto completamente separada dessa sociedade em que vivo. Um peixe fora d'água, uma estrangeira em meu próprio País, dêem o nome que quiserem! São Paulo está passando por uma fase com toque de recolher, uma verdadeira guerra entre "polícia" e "ladrão", que muita gente não está nem acompanhando. O que está por trás disso? Posso vislumbrar milhões de hipóteses e todas me envergonham. Não por ser brasileira, mas por ter desistido. Por só querer ir embora daqui (e pra bem longe) e me separar desta zona toda.
Curioso como essa agressividade brotou em mim, utópica como sou. Sempre acreditei que pertencia ao mundo, que as fronteiras nunca ajudaram em nada na evolução da sociedade e que no fundo o ser humano é essencialmente igual. Ledo engano, quem pode com as influências do meio? Foi por pensar, repensar e constatar, que cheguei a conclusão (pessoal) que cada um deve viver com o grupo que se sentir mais conectado. Não por preconceito, por afinidade mesmo. E que fique claro, afinidade de IDEAIS.
Violenta? Talvez...
Pela mesma razão, eu nunca entendi muito bem esse "orgulho" de ser de certa nacionalidade. É que a gente normalmente tem orgulho das nossas CONQUISTAS e o local do nosso nascimento, salvo considerações religiosas, é mero ACIDENTE GENÉTICO! Então, quando o americano coloca aquela bandeirinha em tudo que é filme, vejo mais como um atestado que diz: "sim, fui convencido de que sou mais especial do que o resto do mundo só porque nasci aqui". Estou sendo radical, pode ser apenas orgulho da sociedade em que vive, que teoricamente ajudou a "construir", mas será mesmo?! Ou será defesa diante da bronca do resto do globo?!
Da mesma forma, quando o cara diz que tem "orgulho de ser brasileiro" e mora fora do País, imagino que seja apenas um probleminha semântico, do tipo: eu tô aqui, mas tenho carinho pelo Brasil, por tudo o que ele representa, a sua cultura etc. A verdade é que muitas vezes o usamos como brasão também, aproveitando a boa reputação dos brasileiros, como pessoas "bonitas, gentis, simpáticas"... e que ninguém fale mal do nosso País! Nem a gente mesmo!!! Nada dá mais raiva no exterior do que brasileiro que mete o pau no Brasil! O coitado leva a fama como se tivesse feito tudo sozinho. Como se nós fôssemos completamente isentos dele ter se tornado o que é.
Mas tem um caso em especial que considero este orgulho legítimo: quando vejo um brasileiro muito feliz porque conquistou a cidadania canadense! Poxa... ele precisa falar os idiomas, ser um bom profissional, ter coragem de começar do zero, aprender a viver em uma cultura completamente diferente etc, sem falar na sobrevivência a este processo interminável de imigração. É pra ter orgulho ou não é?! É um feito e tanto!
Pra resumir, acredito que as pessoas não deveriam ter orgulho ou vergonha de seus Países, mas de suas atitudes. Porque nascer brasileira não foi mérito meu. Mas a sociedade da qual participo não deixa de ser. Não é todo brasileiro que samba ou joga futebol, mas todo brasileiro que está aqui é responsável por essa sociedade em que vive, mesmo que seja por omissão. Quem opta por não agir, está optando pelo agressor. E "agir" pode significar muita coisa.
Por outro lado, se é "menos violento" aquele que não separa, mas respeita e inclui culturas, religiões e partidos políticos, it is safe to say que o Canadá é o País "menos violento" do mundo! Ou não?! Onde mais existe tanta pluralidade? Por esta razão que me entristeço quando a Pauline fala, por exemplo, da "necessidade" de colocar o francês acima do inglês. É tão mais bonito e soberano um Canadá coeso, seja em inglês, francês, espanhol ou qualquer outro idioma... o que me conforta é acreditar que isto não vai muito adiante (pelo menos se pensarmos em como esta sociedade vem agindo nas últimas décadas), não se pode corroborar tanta incoerência assim.
Mas não posso encerrar sem dizer que antes de ter "orgulho" de qualquer coisa, é preciso ter humildade. Claro que quero fazer parte deste Canadá acolhedor, que respeita as individualidades e o próximo, mas sei também que preciso me despir dos meus próprios preconceitos e fazer por merecer esta sociedade que me recebe.
Querida, faço minhas as suas palavras....
ResponderExcluirLindo e triste o post.....mas forte e corajoso também!
Orgulho de te conhecer virtualmente!
Estamos te esperando na nossa sociedade!
Um grande beijo carinhoso!
Oi turma!
ExcluirQue bom que vcs entenderam bem o que eu queria dizer... tive medo das reações depois que terminei de escrever (certeza que vou perder seguidores! rs). Mas se escrevi, achei que deveria publicar. É o que penso e todo mundo tem o direito de discordar.
Agora, bom mesmo é quando a gente encontra quem pense como a gente, real ou virtualmente! Aliás, um orgulho ter conquistado a amizade de vcs! ;)
Beijão!
Uau! Post incrível!!!!!!
ResponderExcluirNem sei o que comentar... vc disse tudo!
Puxa Pati, obrigada... tava precisando desabafar! ;)
ExcluirBastante intenso. Eu gostei!
ResponderExcluirOie! Será que é porque eu tenho ascendente em escorpião? Intensa...in tensa (rsrs)!
ExcluirBeijoca!
Oi Dea, tudo bom?? Aina não falei contigo para pegar seu endereço para o clube do livro! =) Você manda pra mim pro email do quebecquando?? quebecquando@gmail.com
ResponderExcluirBjs!
Rafael.
Oi Rafa, é pra já! Será que já foram viajar?! (ops!)
ExcluirBjs!
Olá, minha gente literária!
ResponderExcluirHoje postei o livro pra Cleo e tenho certeza de que ele chegará em seu destino antes do pedido de exames médicos…hahahahahahaha
Enfim, estou torcendo para que nosso Clube renda frutos francófonos em nosso léxico québecois. \o/
Bjos e Obrigada, Lídia & Dea, pela oportunidade.
Que linda vc é Nilian! Obrigada por participar... =D
ExcluirAinda não mandei seu livrinho (sorry), mas vou fazer de tudo pra colocar no correio hj (fds foi uma correria danada!). Ainda assim, garanto que chega antes do pedido de exames médicos (hahhaha... boa!)
Beijão!