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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Updates - francisação parcial

Resolvi escrever este post rápido só para dar um feedback sobre a francisação parcial pra quem só tem o CSQ...

Vou contar a minha experiência:

No começo do mês eu fui a uma comissão escolar do sudoeste para fazer o teste de francês escrito e, se passasse, iria começar o curso parcial de agosto (um dos poucos que encontrei, a maioria começa em setembro).

Cheguei cedo e pediram pra gente preencher os formulários e apresentar a tal da assurance maladie e a carta de residente. Eu expliquei que tinha o CSQ e o visto de estudos e que, segundo o site do Quebec, eu poderia fazer o curso parcial.

Foi uma confusão, ninguém sabia nada, falei com todo mundo da escola, até com a diretora! Depois de um chá de cadeira, ela pediu para uma funcionária ligar para alguém de uma "instância superior".

E eu lá, ouvindo a conversa...

Primeiro a pessoa disse que só com CSQ não podia. Depois disse que eu precisava de uma permissão de estudos (o meu visto é de estudante, menos de 6 meses). E eu ouvindo tudo e retrucando baixinho pra funcionária da escola. Ela já ia desligar quando saquei meu telefone com a página do governo aberta. Mostrei direitinho, em zoom 180, o tópico que dizia com todas as palavras que, com essas mesmas condições, eu poderia fazer o curso parcial. Ela ficou sem jeito, pediu desculpas e leu para a outra.

Achei que estava tudo certo, preenchi os papéis de novo (tinha mandado rasgar) e elas se desculparam mais uma vez, dizendo que se eu não pudesse estudar, o governo faria a escola arcar com o custo. Desculpas não faltaram. Uma das funcionárias ainda me agradou, disse que com o meu nível de francês eu nem precisaria da francisação... ahan, sei. Pra não restar dúvidas, eu reforcei: "por isso que eu quero fazer francês escrito!" :P

Mas logo quando eu pensei que só faltava fazer o teste, a funcionária veio com uma conversa que só com o CSQ tal (tinha uma letra a mais), que eu entendi que era o CSQ de refugiado, eu poderia fazer.
A little bit of love, for y'all

Fiquei besta. Primeiro porque acho que essa história está mal contada e, segundo, porque este é o mesmo motivo pelo qual não pagamos menos nas universidades. Apenas os refugiados podem, os demais SELECIONADOS pelo Quebec, não.

Fui embora injuriada. Ela me deu o email da mulher com quem ela falou pelo telefone e me disse que poderia ir até lá falar pessoalmente com ela. Acabei não indo porque vou para o Brasil no mês que vem e iria perder o início da turma seguinte. O que me dá raiva é que cada um fala uma coisa e ninguém sabe nada, ou faz que não sabe.

Meus amigos acham que a escola estava atrapalhada com os preparativos da volta das férias e que eu deveria tentar em outra. O fato é que já li blogs de pessoas que fizeram a francisação parcial nessas mesmas condições em que eu estava. Bizarro ninguém saber!

Por isso, se alguém tiver uma luz sobre o tema, por favor publique aqui. Muita gente me pergunta isso e eu sempre fui categórica dizendo que era, SIM, permitido fazer a francisação parcial (AFINAL ESTÁ ESCRITO NO SITE), mas agora eu já não tenho certeza.

No mais, a semana continua devagar, o consulado entregando alguns vistos que estavam na fila aguardando para serem emitidos e, por enquanto, nada de novos pedidos de exame médico. Espero que no final da semana venham mais novidades...

Au revoir!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mais um passinho... para os prioritários.

A fila está andando e não estou indiferente, só que ainda não consegui me animar. Estou atualizando a seção Fila de 2011, mas muitos pedidos de exames que estão saindo não aparecem lá porque são dos prioritários que entraram com o pedido depois disso.

Por enquanto, vale o registro: até o momento, de acordo com o Sistema Timelines do Quebec, nove processos já receberam o pedido de exames médicos:


Da lista dos que ainda não receberam, faltam três processos prioritários: "Tatiane e Juthai", "Caroline e Gustavo" e "Carol e Thiago". Tomara que eles só tenham esquecido de atualizar e que amanhã chovam processos da fila mofada...

Aproveito e peço aos leitores que atualizem o próprio status lá no sistema, mesmo que com nomes fantasia. Essa é ainda a nossa melhor forma de saber o que está acontecendo de fato lá no consulado!

Abraços!


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eu nunca soube lidar com flor

Eu nunca soube lidar com flor, sempre mantive uma distância segura para ambos os lados. A verdade é que não gosto de espécies com as quais não consigo me comunicar. Claro que dá pra conversar, mas a resposta é um tanto subjetiva. Em resumo, elas sempre me foram indiferentes e como eu sou do tipo que se importa com os outros, nunca consegui criar identidade com elas.

Foi o meu psicólogo slash astrólogo que falou que esta deveria ser a minha primeira aquisição no Canadá. Fiquei pensando que poderia ser algo simbólico: lidar com a terra, plantar, ver florir. Materializar, enfim! E foi num dia sem graça, num supermercado qualquer, que eu conheci essas florzinhas cor de pêssego. Estavam em promoção, eram do tom que eu queria para alegrar a minha sala e eram begônias, uma espécie que já usei como metáfora em uma poesia há um tempão. Ou seja, tinha de ser. =)

Minha "cria"

O que eu descobri depois de um tempo é que elas não eram um mero objeto de decoração, elas tinham vida e, pior, insistiam em me provar, todos os dias, que eu nunca poderia ser mãe. Foi triste. Elas adoeceram pouco a pouco, sem água, sem luz e provavelmente sem muitas outras coisas das quais elas precisam e eu não faço ideia. Achava que por estarem plantadas num vaso, não iriam morrer assim tão fácil. Só que chegou num ponto em que elas ficaram à beira da morte, e eu posso não ser lá muito cuidadosa, mas eu tenho compaixão por qualquer espécie, até pelas indiferentes à mim. Eu precisava fazer alguma coisa.

Foi então que eu me tornei mãe, sem nem perceber. Aliás, acho que isso acontece até na nossa própria espécie. A gente vai brincando e de repente está ali, cara a cara com um “serzinho” frágil, cuja vida depende de nós. A minha "cria" foi adotada, mas dá no mesmo. Dá um medo danado. Principalmente pra quem não aceita bem os próprios erros, como se fosse possível viver sem falhar. O lance é que a gente não tem escolha, o jeito é ir fazendo, como a gente acha que é certo. Na maior parte do tempo, não vai ter ninguém pra ajudar. As pessoas só vão olhar e elogiar (ou não) aquilo que ela se tornou (pela natureza dela, com maior ou menor interferência sua). O resultado está ali, escancarado pra quem quiser ver, durante o processo todo.

Os dias foram passando e eu me habituei a cuidar da minha cria do meu jeito mesmo: um pouquinho de sol da manhã e água todos os dias. Aliás, devo confessar, eu já até converso com ela e a considero uma excelente companhia: não fica me julgando e está ali todas as noites, respirando do meu lado. Só espero que um dia ela não me roube todo oxigênio, já que dormimos juntas, com tudo fechado. Já pensou se um dia ela resolve me matar? Tem filho que faz isso... afe!

Difícil pensar na morte quando se é mãe. Tem quem tenha medo do filho morrer e de experimentar a pior dor do mundo. E tem quem tenha medo de morrer e deixar o filho no mundo. Mas por mais que a gente tente evitar o pensamento a todo custo, ele está ali a nossa espreita todos os dias. Aliás, tenho refletido bastante sobre isso, acho que o fato de não gostar de flores pode estar ligado ao meu medo da morte. Ao cheiro de cemitério que muitas têm. E ao ciclo de vida delas, que é tão mais curto que o nosso e que nos expõe, em cada pétala que cai, à fragilidade da nossa própria existência.

Mas ser mãe, acima de tudo, serviu pra me ensinar que o medo da morte não pode nos impedir de lutar pela vida. Todas as noites eu recolho as flores que caíram murchas e cuido dos caules adoecidos, algumas vezes tendo de apará-los eu mesma -o que me dói muito e, ao que parece, nunca vai parar de doer. Acho que isso também é educar.

Dizem que antes de sermos mães de uma criança, devemos ser mães de cachorro. Eu acho que antes do cachorro, devemos ser mães de uma flor. Preciso lembrar de agradecer ao meu psicólogo, que me ensinou com essa tarefa, não a materializar, mas a nutrir. E que este processo é tão enriquecedor, que o que vem depois se torna apenas uma consequência.  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Anda 4 e volta 3

Lembra daqueles problemas de matemática que pareciam não servir pra nada? Todos os dias a tartaruga anda 4 metros e volta 3. Quantos dias vai levar pra andar 25 metros? Tá parecendo o nosso processo... o único detalhe é que a gente não tem nenhuma constante pra servir de base...

A boa notícia é que voltou a andar, pelo menos é o que imaginamos já que chegou o pedido de exames médicos pra pelo menos uma pessoa de novembro. No mais, eles têm checado antecedentes e pedido documentos pro pessoal de novembro e dezembro.

Ah, claro, e tem mais uma leva de prioritários pra passar na frente. Pelo menos 2 pessoas com processos de março/13 já receberam o pedido de exames. Feliz por vocês, triste por nós.

Este era pra ser um post esperançoso, mas acho que ninguém tem mais muita energia pra comemorar...

Immigration Homelessness

Au revoir!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

E quando eu tava chegando nos 20...

Eu comecei a sonhar com o Quebec quando o processo ainda levava de 6 a 8 meses. Demorei um pouquinho pra entregar os papeis e esse número subiu pra 13 meses. E então vieram as mudanças e o número foi subindo... 20, 22, 25.

Parece que quanto mais o tempo passa, mais longe eu fico do fim desse sufoco. Agora a previsão pulou para fevereiro de 2014. E essa é a média dos últimos processos, ou seja, não duvido nada que o meu chegue aos 30 meses.

Juro. Não aguento mais.






domingo, 4 de agosto de 2013

Les oubliés

Outro dia conversando sobre a greve e o impacto que ela tem na vida de milhares de pessoas, uma canadense me convenceu de que a gente deveria fazer alguma coisa. Eu sempre achei a ideia um pouco absurda, já que não temos com o que barganhar (pensamento brasileiro), mas ela falou com toda simplicidade do mundo que nós não deveríamos sofrer por um problema entre o governo e seus funcionários, e que o Canadá iria entender isso (pensamento canadense). Parece óbvio, não?

A questão é como se fazer ouvir. Falando assim, parece difícil, arriscado e quase impossível (pensamento brasileiro), mas pode ser apenas uma questão de se organizar, criar um site e se manifestar (pensamento canadense). E sabe da maior? Isso já aconteceu antes!

Há pouco tempo, o fechamento do escritório em Buffalo e a transferência dos processos em andamento para Ottawa geraram um atraso para os trabalhadores que já estavam aqui. Eles precisavam ficar pagando pra renovar o visto enquanto o processo de residência permanente não tinha previsão para terminar.

Foi então que eles se batizaram "Les oubliés de Buffalo" e fizeram todo o "barulho" que podiam:

Radio Canada - http://www.radio-canada.ca/nouvelles/societe/2012/12/02/004-immigration-buffalo-delais.shtml

You tube - http://www.youtube.com/watch?v=ziL-_oeLVF0

Le Huffington Post - http://quebec.huffingtonpost.ca/2013/01/29/immigration-au-canada-oublies-de-buffalo_n_2575339.html

Euronews - http://fr.euronews.com/2012/12/17/immigration-au-canada-les-oublies-de-buffalo/

La Presse - http://www.lapresse.ca/actualites/politique/politique-canadienne/201301/29/01-4616242-immigration-les-oublies-de-buffalo-maintiennent-la-pression-sur-ottawa.php

Yahoo - http://ca.news.yahoo.com/blogs/canada-politics/2012-immigration-statistics-released-canada-remains-one-most-235820655.html

E esses são apenas os primeiros resultados que encontrei no google! 

O ponto-chave é fazer com que os canadenses saibam o que está acontecendo, porque, por enquanto, muita gente não sabe. Sai na mídia ocasionalmente, mas da outra vez, segundo ela, estava todo dia no jornal.

O nosso principal desafio é que as pessoas envolvidas estão em várias partes do mundo (e não necessariamente aqui no Canadá), o que faz com que as marchas fiquem mais complicadas. Mas nada que não possa ser resolvido com um site e com a mídia online. 

Se reuníssemos pessoas de todo o mundo que estão sofrendo com as mudanças, talvez conseguíssemos mais atenção...

O que acham? Alguma ideia?

Bisous!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pra desanuviar... outremont e mile-end!

Resolvi dar um desencanada dessa discussão do processo e fazer um pouco de sightseeing com o Cezar. Estamos aqui há 3 meses e ele ainda não conhecia dois dos meus bairros favoritos: Mile End e Outremont.

Tá certo que pra quem não tem opus fica um pouco difícil chegar lá (estamos aproveitando as bixis ao máximo, enquanto está quentinho), o que mata é a subida ao lado do parque (pelo menos pra mim, que estou uns 15 quilos acima do peso), chego lá em cima bufando... 

Mas, enfim, conseguimos!

Esses bairros são simplesmente deliciosos para um fim de tarde, com diversas opções de cafés, bistrôs e restaurantes. E, além do mais, vários gatinhos moram lá!

Sir Moustache

Sir Moutarde

Mister Grey

Miss Green

Mister Starhandler
Lindos não?! Pela carinha deles dá pra ver o quanto o bairro é tranquilo.

Mas, diferente deles, nós seres-humanos somos cheios de conflitos. Até onde não existe, inventamos um. E reza a lenda que o grande conflito dos montrealenses repousa sobre uma terrível dúvida entre o melhor bagel e o melhor café da cidade. Curiosamente, eles estão a apenas um quarteirão de distância! 

Café Olímpico

Club Social café

Bagel Fairmont

Baguel St-Viateur

Eu preferi o St-Viateur, mas pode ter sido apenas um questão de timing, pretendo provar ao menos 3 vezes cada um para ser justa :P. A massa é deliciosa e eles servem quentinho, esquema padaria. Cerca de CAN$ 0,80 cada um. Tem vários tipos. Eu fui no clássico, de gergelim.

Quanto ao café, preciso de opiniões (não bebo café!), mas encontramos um lugar gracinha que tem chá, bagels e jogos de tabuleiro(!).

Chez Boris!

Claro que também passeamos muito pelas ruas residenciais, aliás, eu sempre imaginei que morar ali era um sonho distante, mas a Tereza, do Levando o Alce pra Casa disse que dá pra encontrar lugares bem legais que não são tão caros assim...


Parece ou não parece uma casinha de fadas?
quem passa por esse portãozinho anyways?

E aquela bicicletinha ali, parece que já deixaram pra foto!

Em resumo, o bairro é incrível! Quero muito voltar lá pra conhecer um restaurante que estava lotado: Les enfantes terribles (amei o nome!).

A única coisa triste foi encontrar, por acaso, uma brasileira que vive em "myland" há um tempão (demorei 5 minutos pra entender que ela tava dizendo "mile-end" e não "minha terra") e ouvir que o bairro está sendo descaracterizado.

Ela disse que muitos artistas e músicos moravam lá, por isso era um bairro "cool" como era o Plateau antes de tantos bares tomarem conta da Avenue Mont-Royal, mas que agora a "burguesia francesa" estava chegando e comprando tudo (!). 

Pra vcs terem uma ideia, ela mora num prédio de 3 andares, num 5 e 1/2. Agora, o prédio inteiro está sendo vendido, como um 15 e 1/2(s), pra uma família de 4 pessoas. Um casal e duas crianças! Não faz muito sentido, né?! Mas é a lógica da selva... o mesmo capitalismo que implodiu o mercado imobiliário de Vancouver, agora está tomando conta de Montreal. :/

Só espero que não acabem com o charme dessa cidade... ele está aqui para todos nós, dos gatos aos burgueses (mas desconfio que os gatos aproveitem mais).

Bisous! 


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