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domingo, 21 de outubro de 2012

Carros pra compartilhar!

O cartão Opus é um tipo de passe usado em Montreal para pegar ônibus ou metrô. Até aí nenhuma novidade...mas agora dá pra pegar carro também! Bacana, né?! Este é um projeto piloto que vai durar 4 meses, mas acho que tem tudo pra dar certo!!! Confira nesta chamadinha do jornal Metro.

Tá certo que é ótimo morar no centro pra poder fazer tudo a pé, mas tem hora que a gente precisa de carro (principalmente pra ir na Best Buy, no Outlet, na Ikea...). Então, por que não?!

O sistema de covoiturage já é um sucesso e tá cheio de gente que pega carona pra viajar no Quebec! A senhora com quem eu morei em Verdun, como tinha carro, sempre que ia pra Trois Rivières se cadastrava no site pra levar alguém! Além de receber o dinheiro da gasolina, tinha com quem conversar o caminho todo... e voltava cheia de histórias pra me contar!

Lá também tinha um sistema de aluguel de carros, tipo um clube. Eu não me lembro o nome agora, mas era super popular (era não, continua sendo! rsrs).
* a Camila lembrou! Chama Comunauto!!!
O negócio funciona mais ou menos assim: você paga uma taxa pra entrar pro "clube" e pode usar o carro quando quiser. Faz a reserva, pega o carro e depois devolve. A cobrança vem numa fatura mensal, de acordo com o tempo e o número de quilômetros percorridos. Bem melhor do que ter um carro mofando na garagem né?! Ou pagar estacionamento pra deixar um carro parado, que você nem usa.

Enquanto morava em Vancouver, sempre fui a favor de alugar carro só quando precisava mesmo. E em cidades grandes, como São Paulo, tem quem diga que sai mais barato pegar um taxi todo dia pra trabalhar, do que pagar pelo carro, gasolina, seguro, desgastes, impostos e estacionamentos!

Claro que depende do trajeto e da rotina de cada um, mas em muitos casos, acho que esse sistema tem tudo pra dar certo!

Aqui no brasil, a gente meio que se acostumou a ter carro. É uma comodidade ter o veículo ali. E assim, passamos do carro da família, para cada um ter o seu carro. E, com isso, considerá-lo uma extensão de nós mesmos. Daí em diante, os exageros não param mais... começamos a equipá-lo com o que gostamos e com o que nossos amigos valorizam. Por fim, os carros viram acessórios ou símbolo de status para os outros. Psicologia barata? Pode ser! Mas é uma postura que eu quero muito mudar em mim.

Tá certo que, com filho pequeno, é bom ter um carro. A gente nunca sabe. Além disso, pra quem sempre comprou carro no Brasil, os preços do Canadá são difíceis resistir. Mas não custa testar as alternativas que eles oferecem. Se não pela economia, por uma postura mais ecológica. Pra construir um mundo melhor.

O fato é que Montreal já tem muita gente. E se todos esses imigrantes, que chegam com a mentalidade formada em seus países, quiserem comprar carros, a cidade vai parar! A nossa sorte é que o governo já está pensando nisso, renovando e melhorando o metrô, oferecendo mais bikes e trazendo iniciativas como essa do opus card!

7 comentários:

  1. Oi Dea. Acho que os carros acabam se tornando indispensáveis em cidades onde não há um transporte público eficiente. Mesmo em Montréal, cheguei a morar durante um mês em Riviere de Prairies e era um saco depender do bus. Eu demorava 1h30 pra chegar no centro da cidade, e se quisesse sair a noite, esquece, de bus noturno levava 3 horas pra voltar pra casa.
    Eu estou cada dia menos usando carro e tentando aos poucos mudar minha mentalidade e a das pessoas que me cercam. Acho que somos mtas vezes acomodados d+, mas ter essa consciência e dar o primeiro passo já é alguma coisa. Pretendo poder morar num lugar onde só precise de carro de vez em qdo e possa me dar ao luxo de andar de bike como meio de tranporte principal, mas a gnt nunca sabe na verdade como será. Uma coisa é certa: temos que utilizar ao máximo as opções que o transporte público oferece e tentar reduzir o numero de carros nas ruas, ainda mais carros com 1 passageiro (ou melhor, só o motorista).
    Ah, esse sistema de aluguel de carros que vc citou não é o communauto? Acho o máximo!
    E só pra terminar, vale muito essa reflexão sobre os novos imigrantes chegando com a mentalidade do país de origem. Tomara que a maioria dos imigrantes esteja se mudando pq pensa diferente das pessoas em seu país de origem. Pelo menos acho q muitos brasileiros escolhem imigrar justamente por isso: querem se mudar pra um lugar com outra mentalidade, onde se sintam mais "em casa".

    Acho que escrevi demais.
    Bjos

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    1. Oi Ca!
      Concordo com tudo o que vc falou! Acho que tem casos em que a gente precisa de carro, sim, só acho que devemos vê-los como realmente são: meios de transporte. Podem e devem ser usados, mas com moderação. Muitas vezes somos envolvidos por essa indústria de marketing e acabamos com um carro todo equipado sem nem saber pra quê.

      Por isso acho tão legais essas iniciativas, e se conseguirem diminuir a burocracia então, como parece ser o caso do opus card, vai ser ótimo! Principalmente pra quem ainda não tem filhos.

      É isso... eu chorei quando vendi o meu carrinho lindo, vermelho, com a placa "DEA" e tudo. Mas se o carro foi criado para nos transportar, o meu me levou pro Canadá. E se eu tivesse ficado apegada à ele, nunca chegaria tão longe!

      Ah! Pode escrever bastante que eu adoro!!! ;)

      Beijão!

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    2. Nossa, será que era Comunauto?! Acho que sim... =D
      Sabia que alguém iria lembrar! Vou atualizar o post!

      Obrigadinha!!!

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  2. Oi Dea, super bacana esse sistema de covoiturage, eles tem realmente um pensamento diferente do nosso. Não querendo ser pessimista mas já sendo: imagina esse sistema no Brasil?? Ia virar meio de sequestro relâmpago...
    Outro pensamento que nós brasileiros temos (mas que eu também tento mudar) é se apegar as coisas materiais. Também fiquei triste quando vendi o meu primeiro carrinho... snif. Mas não podemos pensar assim. Fico admirada quando vejo pessoas vendendo suas casas ou apartamentos com tudo dentro (e elas não estão imigrando, apenas mudando)! Eu tenho paixão por cada item da minha casa, porque cada um tem uma história...
    Tem uma tia da minha prima (mas que não é minha tia) voltou do Japão onde morou por mais de 10 anos onde aprendeu a ter apenas o necessário na casa, acho que por causa dos terremotos e hoje ela acha super estranho a gente ter um monte de coisas em casa. Engraçado, né?

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    1. Olá!

      Concordo com você, a mentalidade é tão diferente, que não dá nem pra imaginar um sistema desses no Brasil. Aqui a gente cresce com medo de falar com estranhos, que dirá de oferecer carona?!
      Esse desapego todo me surpreende também. Vejo gente indo pro canadá com uma mala de 32 kg e uma de mão e sinto uma profunda admiração. A minha vontade é dar a minha mala de livros e fotos pra ele levar... =D
      Mas um dia a gente chega lá!

      Beijão!

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  3. Nossa, que legal! Eu já tinha escutado falar do Comunauto, mas esse projeto aí do Opus é novidade das quentes! Adorei e torço para que, de um projeto piloto, ele passe a ser realidade diária!

    Aqui em Brasília o sistema de transporte público é horrível: a linha do metrô é minúscula e só atende umas 3 cidades, os ônibus são velhos e não têm horário para passar na parada e os que passam muitas vezes não chegam até o ponto da cidde onde você quer ir... Um horror! Todos os brasilienses somos muito dependentes do carro para tudo.

    Rafael e eu temos o sonho de uma vida sem carro, por isso nossa prioridade, ao chegar em Montréal, vai ser morar perto de uma estação de metrô. Mas é claro que, de vez em quando, todo mundo precisa de um carro, né? Ainda bem que esse tipo de serviço existe e está sendo melhorado! =D

    Beijinhos,
    Lidia.

    PS: você gosta de Verdun? Ficou quanto tempo por lá? Pergunto porque os preços dos aluguéis por lá são bastante atrativos e este é um bairro que está na nossa lista...

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    1. Oi Lidia!

      Eu estive em Brasília e penei bastante sem carro, mas ao menos me senti mais respeitada como pedestre. Aqui em São Paulo o pessoal parece que tá jogando videogame e a meta é te atropelar! rsrs (rir pra não chorar).

      Quanto a Verdun, gostei bastante sim. Mas o bairro tem ruas muito bacanas e outras nem tanto, então vale a pena ir até lá pra ver qual é. Em geral é um bairro seguro, mas tem ruas bonitas e ruas bem feinhas. Fora isso, é um bairro bem servido pelo transporte público, com muitos canadenses francófonos e com preços um pouco melhores que no centro. Ah! E fica na metade do caminho do centro até o Carrefour Angrignon, que tem cinema, walmart e best buy! rsrs

      Aliás, uma das coisas que gosto bastante (além do preço), é que é um bairro bem familiar e que fica na linha verde do metrô. Ela é menos cheia que a amarela e passa pela Lionel-Grouxl (onde está o mercado e o Super C), pela At Water (onde está um dos cinemas com mais salas e um centro comercial baratinho) e vai até a famosa Berri-Uqam (da biblioteca), com a diferença de que você chega lá sentado...(rsrs).

      Tem alguma pergunta específica? Sou suspeita, pois está na minha lista também! Vamos ser vizinhas? ;)

      Beijão!

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